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terça-feira, 9 de março de 2010

COMO FUNCIONAM AS ONDAS TRAIÇOEIRAS

                                                               INTRODUÇÃO


Durante a segunda temporada do "Deadliest Catch", uma série de documentários televisivos sobre a pesca de caranguejo no Mar Bering do Alasca, as câmeras filmaram a cena de uma onda gigante atingindo o navio "Aleutian Ballad". A onda de 18 metros virou o barco e causou danos significativos, embora por sorte nenhum dos tripulantes tenha ficado seriamente ferido. O Ballad voltou ao porto para ser consertado. A cena captura a rapidez da onda gigante e, um pouco antes de o impacto derrubar o operador de câmera, a "parede de água" se quebrando sobre o navio pode ser vista com uma clareza assustadora.

Galeria de imagem: ondas (em inglês)
Foto cedida por National Weather Service

Uma onda traiçoeira de 18 metros se afasta depois de
atingir um navio petroleiro em Charleston, Carolina do Sul
O que foi essa onda gigantesca que parece ter surgido do nada? Foi uma onda traiçoeira. As ondas traiçoeiras soam como algo que saiu diretamente de um conto de marinheiro: ondas ameaçadoras, misteriosas e solitárias, com alturas gigantescas e que atingem barcos que estão em águas aparentemente calmas. Por mais improváveis que possam parecer, estudos recentes sugerem, contudo, que essas ondas traiçoeiras são mais comuns do que as pessoas podem imaginar.
Imagine ver uma parede de água com 24 metros se movimentando com rapidez em sua direção. Na verdade, isso pode ser um pouco difícil de imaginar. É fácil mencionar alturas como 15 ou 27 metros sem realmente entender de que tamanho seria uma onda dessas. Aqui estão algumas comparações úteis:
•um aposento comum de sua casa provavelmente tem cerca de 2,5 metros de altura;
•uma casa típica com dois andares tem de 6 a 9 metros de altura;
•a Estátua da Liberdade tem 34 metros de altura dos pés ao topo da cabeça, sem contar a base, os braços e a tocha.
Entender essas ondas gigantes é mais do que apenas curiosidade científica. Conseguir prevê-las e evitá-las poderia salvar dezenas de vidas e economizar centenas de milhões de dólares todos os anos.
Neste artigo, você descobrirá o que diferencia ondas traiçoeiras, também chamadas de ondas-monstro, das outras ondas gigantes, além de saber suas causas e aprender sobre alguns dos mais conhecidos incidentes com ondas traiçoeiras.­

UMA ONDA TRAIÇOEIRA POR DEFINIÇÃO


O derretimento glacial pode causar
ondas enormes, mas elas não são
consideradas ondas traiçoeiras
Existem muitos tipos de ondas oceânicas, e algumas delas são mesmo enormes. No entanto, nem todas as ondas grandes são ondas traiçoeiras. Tempestades fortes, como os furacões, podem provocar ondas grandes, mas elas tendem a ser relativamente normais e previsíveis, apesar de, com certeza, serem capazes de causar sérios danos a navios e áreas costeiras. Terremotos submarinos, deslizamentos na costa e derretimento glacial ou quando um grande pedaço de uma geleira se quebra e cai no oceano, também podem criar ondas enormes e catastróficas. Os terremotos submarinos podem produzir tsunamis e os deslizamentos podem provocar maremotos. Essas ondas poderiam ser consideradas traiçoeiras, mas até certo ponto elas são previsíveis, contanto que alguém tenha notado o que as causou. Então, isso praticamente as exclui da categoria de ondas traiçoeiras.
Uma verdadeira onda traiçoeira surge aparentemente do nada e é bem mais alta do que as outras que estão ocorrendo na área naquele momento. Essa diferença exata de altura ainda está em aberto. Algumas fontes sugerem que qualquer onda duas vezes maior do que a altura significativa de onda atual é uma onda traiçoeira, ao passo que outras acreditam que qualquer uma 33% maior se enquadra na categoria. Provavelmente é o bastante dizer que qualquer onda que seja tão grande a ponto de ser inesperada com base nas condições atuais do local pode ser considerada uma onda traiçoeira. Uma embarcação que navega em ondas de quase 1 metro poderia se deparar com uma de 2,5 metros, que, apesar de não ser das maiores, certamente causaria problemas para um barco pequeno.
As ondas traiçoeiras também tendem a ser mais exageradas do que a maioria das ondas. As ondas oceânicas normais podem ter a forma de grandes ondulações, permitindo que os navios manobrem para baixo e para cima delas mesmo que eles estejam a muitos metros de altura. Por outro lado, veja esse relato do encontro da embarcação Queen Elizabeth II com uma onda-monstro:
No 0410 a onda traiçoeira foi avistada logo à frente, surgindo da escuridão no 220. Parecia que o navio estava indo em direção aos penhascos brancos de Dover. A onda pareceu levar horas para chegar, mas provalmente se passou menos de um minuto antes que ela atingisse a proa com uma força tremenda [fonte: Science Frontiers - em inglês].
A expressão "parede de água" é muito comum em relatos de ondas traiçoeiras. Elas costumam ser muito mais exageradas do que as ondas comuns e, por isso, atingem os navios com uma força tremenda, muitas vezes se quebrando sobre eles.
O Explorer
Em janeiro de 2005, o Explorer, um navio de pesquisa com 180 metros, foi atingido por uma onda traiçoeira de 15 metros no Oceano Pacífico. A onda desativou muitos dos equipamentos do navio, inclusive três ou quatro motores. As pessoas que estavam a bordo sofreram apenas ferimentos leves e o navio conseguiu chegar ao Havaí para ser consertado. Se a onda fosse maior, quase mil pessoas poderiam ter morrido [fonte: The Denver Channel - em inglês]. ­

­Apesar de os cientistas terem descoberto muitas coisas sobre as ondas traiçoeiras na última década, elas ainda são bastante enigmáticas. Ninguém nunca filmou a formação de uma onda traiçoeira no oceano ou a seguiu durante todo seu ciclo de vida. Existem poucas fotos de ondas traiçoeiras. Por séculos, as melhores evidências de sua existência foram os relatos, as incontáveis histórias dos marinheiros que haviam sobrevivido a uma delas.
Gallimore e outro tripulante estavam na casa de navegação. O vento estava soprando com intensidade de 100 nós por mais de um dia e "Lady Alice" estava lutando em mares revoltos com ondas de 5 a 7 metros de altura... Às 8 horas da manhã, Gallimore olhou para cima e viu uma parede de água gigantesca vindo em direção a "Lady Alice". Da casa de navegação ele não pôde ver o topo da onda... A onda atingiu o topo da casa de navegação, empurrando o navio para baixo da água... O tripulante que estava na casa de navegação com ele foi empurrado com tamanha força que fraturou duas vértebras. Para chegar ao topo das antenas do radar com força suficiente para arrancá-las do mastro de aço onde estavam parafusadas, a onda devia ter 12 metros ou mais de altura [fonte: Smith, 195].

O QUE CAUSA AS ONDAS TRAIÇOEIRAS?


Para entender o que causa uma onda traiçoeira, primeiro você precisa aprender um pouco sobre as ondas normais. Pense naquelas que são familiares, como as ondas em que você surfa na praia ou nas piscinas de ondas dos parques aquáticos. Uma onda tem diversas características que podem ser usadas para defini-la:

•a crista é a parte mais alta da onda

•o vale é a parte mais baixa da onda (a "depressão" entre as ondas)

•a distância entre o vale e a crista representa a altura da onda

•a distância entre as cristas representa o comprimento da onda

•a quantidade de tempo que passa entre uma crista e a outra é o período da onda ou velocidade da onda

•a quantidade de energia cinética e potencial transmitida por uma onda é conhecida como energia da onda

Um grande número de variáveis influencia esses fatores, incluindo a profundidade da água, força das marés, vento soprando sobre a água, objetos físicos como as ilhas que refletem as ondas e a interação com outras ondas e correntes oceânicas. A todo momento, milhares de ondas estão passando e interagindo em uma área específica do oceano. As ondas ficam maiores e mais fortes quanto mais rápido for o vento e maior o tempo que ele soprar. A área de geração é o espaço desimpedido em um oceano sobre o qual o vento pode soprar. É a dimensão da área do oceano em que o vento está atuando. Quanto mais espaço, maiores serão as ondas.
Boletins meteorológicos registram a altura significativa da onda, que é a maior altura de um terço das ondas mais altas. Por que as ondas traiçoeiras ultrapassam tanto a altura significativa da onda? Os cientistas não sabem ao certo, mas eles têm algumas boas teorias.
Uma possibilidade é a de que as correntes oceânicas fazem com que as ondas "se acumulem" quando se deparam com as correntes. Tempestades fortes podem provocar alturas significativas de onda de 12 a 15 metros. Quando essas ondas deparam com uma corrente forte, a corrente pode aumentar a altura das ondas e fazer com que elas se quebrem. Isso explicaria as ondas-monstro com 30 metros ou mais de altura e o efeito "parede de água". As ondas traiçoeiras freqüentemente ocorrem em áreas conhecidas por suas correntes oceânicas fortes. Por exemplo, a Corrente das Agulhas vai para o sul pela costa leste da África. As ondas de tempestade que vêm do sul entram em choque com essa corrente. Previsões matemáticas sugerem que as ondas traiçoeiras nesse lugar poderiam atingir 58 metros de altura; desde 1990, vinte navios já relataram a ocorrência delas nessa área [fonte: Smith, 188]. A Corrente do Golfo, que vai em direção à costa leste dos Estados Unidos, é outra fonte em potencial de ondas traiçoeiras. As ondas traiçoeiras que se originam na Corrente do Golfo podem ser responsáveis por muitas partes da lenda do Triângulo das Bermudas.
No entanto, nem todas as ondas traiçoeiras acontecem em correntes oceânicas fortes. Os cientistas acreditam que algumas ondas podem ser causadas por junções de ondas que acontecem ao acaso. Quando duas ondas interagem, as alturas delas são somadas. Se uma onda de 5 metros passa sobre uma de 10 metros, o resultado que acontece rapidamente é uma onda de 15 metros. Isso pode acontecer de maneira contrária também. Uma onda de 15 metros se movendo por um vale de 10 metros resulta em uma onda de 5 metros. Dezenas de ondas podem estar interagindo e se fortalecendo. De vez em quando, diversas ondas podem se juntar no momento certo e criar uma onda gigantesca em mares relativamente calmos. Se 10 ondas que têm apenas 1,5 metro de altura se juntarem, elas irão resultar em uma de 15 metros. Isso está de acordo com as descrições de ondas traiçoeiras que parecem surgir do nada e desaparecer depois de apenas alguns minutos.

O Queen Elizabeth
Durante a Segunda Guerra Mundial, os cruzeiros britânicos foram utilizados para levar tropas dos Estados Unidos à Europa. Uma dessas embarcações era o "Queen Elizabeth". Uma onda traiçoeira atingiu esse navio próximo à Groenlândia em 1942, estilhaçando janelas que ficavam a 27 metros da linha do mar e quase virando o navio. Ele se restabeleceu e por pouco evitou um desastre marítimo sem precedentes. O navio estava levando mais de 10 mil tropas na ocasião [fonte: Sverre Haver - em inglês].

Ondas traiçoeiras comuns


A maioria dos relatos sobre ondas traiçoeiras conta com estimativas de tamanho fornecidas por testemunhas. Essas estimativas são baseadas na altura do navio acima da superfície da água e no nível que a onda alcançou quando o atingiu. Era comum pensar que as histórias de ondas com 30 metros ou mais de altura eram exageros (e algumas delas com certeza eram). Na melhor das hipóteses, essas ondas eram incrivelmente raras.

Um registro da onda traiçoeira na Plataforma

Draupner no Mar do Norte durante 1º dia do ano de 1995
Na década de 90, marinheiros e cientistas começaram a suspeitar de que as ondas traiçoeiras eram responsáveis por muito mais desaparecimentos no mar do que eles pensavam. Os cruzeiros Queen Elizabeth II, Caledonian Star e Bremen foram atingidos por ondas monstruosas em um período de seis anos. Anteriormente, dados coletados por navios meteorológicos sugeriram que ondas desse tipo ocorreriam apenas de 50 em 50 anos ou mais [fonte: Smith, 210]. Em 2004, a Agência Espacial Européia (ESA) usou os dados de dois satélites equipados com radares para ver a freqüência real das ondas traiçoeiras. Depois de analisar as imagens de radar capturadas em oceanos no mundo inteiro por um período de três semanas, o projeto MaxWave da ESA encontrou 10 ondas com 25 metros ou mais. Esse foi um número surpreendentemente alto em um intervalo de tempo tão pequeno. Isso obriga os cientistas a pensarem com seriedade em suas opiniões sobre as ondas traiçoeiras [fonte: ESA]. A ESA está realizando um outro projeto, o WaveAtlas, para analisar os oceanos por um período bem maior e estabelecer a estimativa mais exata possível da freqüência das ondas traiçoeiras.

Outras evidências concretas de ondas-monstro são obtidas por meio de instrumentos projetados para medir a altura das ondas. Um equipamento desses foi montado em uma plataforma ­petrolífera em alto-mar conhecida como Plataforma Draupner. No Dia de Ano Novo de 1995, a plataforma estava medindo ondas que não passavam de 5 a 7 metros de altura. Então, ela repentinamente registrou uma única onda com quase 20 metros de altura [fonte: Smith, 208]. Bóias meteorológicas canadenses próximas de Vancouver registraram ondas com 30 metros ou mais de altura durante a década de 90 [fonte: Smith, 211].

O naufrágio de Edmund Fitzgerald
As ondas traiçoeiras podem não se restringir aos oceanos do mundo. As águas interiores bastante extensas (como os Grandes Lagos da América do Norte) também podem gerar ondas traiçoeiras. Apesar de existirem poucos dados científicos para confirmar isso, há diversas histórias. Um dos naufrágios mais infames na história dos Grandes Lagos, o "Edmund Fitzgerald", pode ter sido causado por uma ou mais ondas traiçoeiras. Em novembro de 1975, o navio de carga a granel com 222 metros estava lutando contra uma tempestade terrível junto com o "Arthur Anderson". Encoberto pela tempestade, o Anderson foi atingido por duas ondas com 10 metros de altura (realmente grandes, até mesmo para o Lago Superior) e em seguida perdeu o Fitzgerald de vista em seu radar [fonte: Cush, 111]. Com o tempo, o Edmund Fitzgerald foi encontrado no fundo do lago e estava quebrado ao meio. Apesar de existirem muitas teorias, algumas sugerem que uma combinação de fatores, incluindo as ondas traiçoeiras que atingiram o Anderson, arrastaram violentamente o Fitzgerald para baixo da água e ele não conseguiu mais retornar à superfície.

­                                          PROTEÇÃO CONTRA AS ONDAS


Se o estudo MaxWave estiver correto e as ondas traiçoeiras forem muito mais comuns do que se imagina, isso significa que barcos que foram construídos para navegar no oceano apresentam mais perigos do que pensávamos? Pode ser. Navios e estruturas em alto-mar, como as plataformas petrolíferas, são construídos para suportar uma certa altura de ondas, a que for determinada como mais provável de o navio encontrar em sua vida útil. Poucos são construídos para suportar ondas de 30 metros. Além disso, a capacidade que o navio tem de suportar a força de uma onda traiçoeira depende muito do lastro, ou estabilidade. Se o navio tiver a quantidade correta de lastro e estiver navegando no nível adequado, será mais provável que ele consiga se endireitar depois de ter sido empurrado por uma onda [fonte: Smith, 233]. As leis internacionais de navegação atuais nem sempre consideram ondas traiçoeiras freqüentes quando se trata da construção e manutenção do navio. Isso não quer dizer, porém, que todos os navios sejam inseguros, já que talvez seria impossível construir um navio que suportasse qualquer onda.

                                                            AS TRÊS IRMÃS

Uma onda traiçoeira nem sempre aparece sozinha. Um fenômeno muito conhecido pelos marinheiros é o "Três Irmãs". Depois que uma onda gigantesca passa, duas outras podem vir em seguida. Esse trio de ondas-monstro pode ser bastante devastador. A primeira onda pode desabilitar um navio e deixá-lo incapaz de manobrar para evitar ou resistir às ondas subseqüentes.
E não são apenas os navios e as estruturas em alto-mar que precisam se preocupar com as ondas traiçoeiras. Essas paredes de água podem apresentar um sério risco até mesmo para pessoas que não estão na água. A Marinha Norte-Americana expressou a preocupação de que os helicópteros de resgate da Guarda Costeira que se perderam no mar tenham sido atingidos por ondas traiçoeiras [fonte: U.S. Naval Institute]. Os litorais onde existe um declive pronunciado para o mar aberto próximo da margem podem ser perigosos para as pessoas que estão explorando as pedras. Sabe-se que ondas inesperadas arrastam pessoas para fora das pedras e a contracorrente (em inglês) as puxa para baixo e para longe.

Atualmente, é impossível prever uma onda traiçoeira. O MaxWave e o WaveAtlas podem, no entanto, mostrar aos cientistas e marinheiros as condições que causam as ondas traiçoeiras e também indicar as áreas onde elas acontecem com mais freqüência. Isso permite que as rotas de navegação levem em consideração as áreas particularmente perigosas quando as condições climáticas indicarem essas ondas. Evitar essas áreas poderia salvar centenas de vidas todo ano.

Ondas traiçoeiras X tsunami
Quando você pensa em ondas gigantescas, assustadoras e destrutivas, os tsunamis com certeza vêm à mente. Não confunda, porém, essas ondas gigantes com as traiçoeiras porque, apesar de as duas serem terríveis, são bastante diferentes. A maneira mais fácil de lembrar a diferença é por meio do que causa a "parede de água" e do lugar onde a destruição ocorre.

Os tsunamis costumam ser causados por terremotos submarinos, que disparam toneladas de rochas para cima com uma força tremenda. A energia dessa força é transferida para a água. Então, ao contrário de ondas normais que são causadas pela força do vento, a energia motriz de um tsunami se move por meio da água, e não em sua parte superior. Portanto, enquanto um tsunami se movimenta dentro do mar, com uma velocidade de 800 ou 960 quilômetros por hora, ele dificilmente pode ser visto sobre a superfície da água. Normalmente, um tsunami não tem mais do que 1 metro de altura. É claro, porém, que tudo isso muda quando ele chega próximo à linha costeira. É nesse momento que ele atinge uma altura assustadora e alcança sua forma mais conhecida e terrível.
As ondas traiçoeiras, como discutimos neste artigo, aparentemente surgem do nada e podem atingir alturas gigantescas dentro do mar, e não apenas próximo da costa.

DESASTRES NATURAIS

        OS 10 PIORES DESASTRES NATURAIS
Domar a natureza é um dos mais antigos sonhos do ser humano. Ao longo da história ele tem tentado entendê-la e controlar seus fenômenos. Graças ao pensamento científico, a humanidade tem conseguido importantes progressos nesse sentido. Mas as forças naturais, mesmo quando se conhece de que forma atuam, continuam muitas vezes imprevisíveis e quase sempre bem mais poderosas do que qualquer tecnologia desenvolvida pelo homem. Em apenas uma década do novo milênio, três tragédias naturais provaram isso: o furacão Katrina que devastou Nova Orleans (EUA), o tsunami que varreu o sudeste asiático e o terremoto que destruiu o Haiti.

Os terremotos têm provocado a maior parte
dos piores desastres naturais
Deslocamento das placas tectônicas, erupções vulcânicas e fenômenos climáticos cataclísmicos mostram que quando a Terra necessita de algum ajuste geológico ela pouco se importa com as criaturas que vivem em sua superfície. Nas próximas páginas, descubra quais foram os dez desastres naturais mais mortíferos desde o surgimento da civilização.

10. Explosão vulcânica do Taupo

Hoje ele é um pacato lago, cheio de atrativos turísticos para quem vai pescar ou se deslumbrar com a paisagem. Mas há cerca de 1.800 anos ele foi o palco da maior erupção do planeta nos últimos cinco milênios. Numa região vulcânica no norte da Nova Zelândia, as águas do Lago Taúpo cobrem atualmente uma série de antigas crateras.
Segundo estimativas dos cientistas a explosão vulcânica do Taupo em 180 d.C. produziu cem quilômetros cúbicos de material entre lava e cinzas, atingindo o índice 7 na escala VEI (que vai de 0 a 8), o que lhe rendeu a classificação de erupção supercolossal.

9. Erupção do Tambora

Em 1815, cerca de 92 mil pessoas morreram por causa da erupção do vulcão Tambora, na Indonésia. Atualmente adormecido, o monte Tambora de 2.815 metros de altura perdeu boa parte do seu topo com a violência da erupção. Antes dela, o tamanho do vulcão chegava a 4.300 metros. Cerca de dez mil pessoas morreram imediatamente por conta das lavas, deslizamentos e tsunamis. Mais de 80 mil pessoas morreram em função de doenças e da fome causadas pela destruição que a erupção provocou. Cerca de 35 mil pessoas perderam suas casas.

8. Terremoto em Dangham


A região de Damghan fica no norte do Irã e lá está a que deve ser a mais antiga mesquita do país, construída no século 9. Damghan era a capital da província de Qumis no século 18 quando foi atacada e destruída pelos afegãos.

Mais de um século depois, em 22 de dezembro de 1856, a região voltou a ser destruída, desta vez por um intenso terremoto que matou cerca de 200 mil pessoas.
7. Terremoto no Haiti


O país mais pobre do Hemisfério Ocidental sofreu um terremoto de magnitude 7 em 12 de janeiro de 2010. Como o epicentro do abalo sísmico foi próximo à capital e mais populosa cidade do país, o nível de destruição foi devastador.

As precárias construções em Porto Príncipe, capital do Haiti, contribuíram para a dimensão da tragédia
Estima-se que 200 mil pessoas morreram, 300 mil ficaram feridas e mais de um milhão de pessoas acabaram desabrigadas.

6 terremoto de allepo
No ano 1138, a região de Aleppo na Síria, uma das principais rotas comerciais entre o mundo árabe e os países mediterrâneos, foi palco de uma das maiores catástrofes naturais da história.
Vista atual da região de Aleppo na Síria
Um violento terremoto em 9 de agosto deixou como saldo cerca de 230 mil mortos.
5. Terremoto em Tangshan

Um terremoto de magnitude 8, na noite de 28 de julho de 1976, quase varreu do mapa a cidade de Tangshan, localizada a cerca de 100 km de Pequim, na China. Com um importante parque industrial e muitas minas de carvão a cidade informou oficialmente que 242 mil pessoas morreram com a catástrofe. No entanto, estima-se que essas mortes superaram a 650 mil habitantes. Mais de 700 mil pessoas ficaram feridas e a extensão dos danos materiais chegou até Pequim.

4. Tsunami no Oceano Índico

Rastro da destruição causada pelo tsunami, na praia de Panang, na Malásia
No Natal de 2004, ondas de 30 metros de altura se formaram no Oceano Índico em função de um terremoto submarino que aconteceu na costa da ilha indonesiana de Sumatra.
Durante sete horas após o tremor ondas gigantescas se formaram e atingiram a costa de países desde a costa leste da África até o sul e sudeste da Ásia.
O tsunami, como é chamado esse fenômeno provocou a morte de cerca de 430 mil pessoas.

3. Ciclone de Bhola

NASA
Uma enorme tempestade que se forma como um redemoinho sobre as águas do oceano e que traz com ela ventos e chuvas muito fortes chama-se furacão, quando forma-se sobre o Oceano Atlântico, tufão se nasce sobre o Pacífico e ciclone quando surge no Oceano Índico.
Foi uma dessas que em 12 de novembro de 1970 atingiu Bangladesh e a Índia com ventos superiores a 200 km/h. Estima-se que pelo menos 300 mil pessoas tenham morrido por conta desse ciclone.


2. Terremoto de Shaanxi

Em 23 de janeiro de 1556 a província de Shaanxi (ou Shensi), na China, sofreu um terremoto devastador que foi o mais mortífero de todos até agora. Cerca de 830 mil pessoas morreram nessa tragédia.
O abalo sísmico foi de magnitude 8 e causou a morte de 60% da população local. Shaanxi tem três regiões naturais distintas: uma área montanhosa ao sul, um planalto ao norte e ao centro o vale do rio Wei. É justamente essa região do vale, onde se concentra a população, a mais sujeita a terremotos.
1. Enchentes dos rios Hwang Ho e Yang Tsé
Apesar do poder devastador dos terremotos, o mais mortífero dos desastres naturais ocorridos na história da civilização foram as enchentes que atingiram as margens dos rios chineses Yang Tsé, Hwang Ho e Huai. Em 1887, a quantidade de chuvas fez o Huang He transbordar ao longo de 130 quilômetros e causou a morte de cerca de 900 mil pessoas. Algumas décadas depois, em 1931, novas inundações ao longo do Hwang Ho, Yang Tsé e Huai causaram entre 2,5 milhões e 4 milhões de mortes.

a força que vem dos oceanos

http://www.youtube.com/watch?v=Jcpx7gIL4Pk